Terça 18 Dez 2007 - Londres
Chegámos a Londres no dia 8 de Dezembro ao fim do dia e, por isso, tivemos tempo apenas para apanhar um táxi, registar no hotel e sair para um jantar que tínhamos marcado no Cocoon. A Cidade molhada, iluminada com tons de roxo, decorações de natal audazes e percorrida por animadas limusinas hummer, convidava à noite e ao exorcismo da melancolia que as nuvens nos tinham provocado.
Num ambiente cool acompanhado por um som fora de série e alimentados pela criatividade da cozinha de fusão oriental, treinámos a cara para os sorrisos que esboçaríamos nos dias seguintes. Claro que encontrámos três portuguesas que, por casualidade, decidiram divertir-se no mesmo local que nós. Foi com espanto que receberam as nossas palavras familiares quando, em confiança, comentavam entre elas a atitude dos homens ingleses quando na presença das nossas beldades. Despedimo-nos para começar uma caminhada até ao próximo ponto de prazer sugerido por amigos lusos em Londres – o Funky Budha. Num ambiente hiper cosmopolita distraímo-nos a observar a diversidade de nacionalidades das pessoas que lá encontrámos. Foi uma noite de celebração e de adaptação à cidade que nos acolheria com a maior comunidade confirmada: 219 pessoas.
No dia seguinte, depois de tomarmos o pequeno-almoço, dividimo-nos para aproveitar o dia. Um grupo foi passear pela city, visitar o Tate Modern e fazer um cool-out da noite anterior pelos poucos cafés que encontrámos abertos. Fechado estava também o Golden Fleece que os argonautas descobriram ser também um bar na city, mas ficou o registo fotográfico e a promessa de lá ir beber um pint. Outro grupo preferiu nas poucas horas de luz do dia londrino ver o máximo possível de locais turísticos e ainda dar uma volta nas curiosas lojas do bairro de Notting Hill.
Mas tínhamos subestimado os estragos da noite anterior, mesmo tendo ela acabado às três da manhã e, por isso, foi preciso dormir a sesta para retemperar a equipa dos argonautas. Jantámos no St. Alban onde discutimos o facto de o nosso país se encontrar aparentemente dividido entre os que preferem ainda a segurança e o paternalismo a que a ditadura nos habituou, exigindo muitas vezes do Estado o papel de Pai e os que desejam de forma espasmódica usar a liberdade de escolhas e a vontade de sermos globais com todas as consequências.
No dia seguinte, o frio cortava as nossas caras na caminhada que nos levou para a torre onde decorreria o terceiro encontro da Odisseia do Talento. Apenas o calor das nossas recordações sobre a cidade britânica servia para nos aquecer para o encontro com os nossos compatriotas. À porta sentiu-se logo a hospitalidade característica do
A noite arrancou com o
Agradecimentos feitos, depois de explicar que o sistema de casamentos entre os convivas teria de funcionar em regime de self-service,
João Cotrim de Figueiredo foi a estrela seguinte que, através de uma apresentação formidável e comovente, nos levou a consciencializar a falta que faz conciliar nas nossas faculdades o ensino da criatividade com o já notável rigor que existe na nossa oferta de ensino. Fechou a sua intervenção com a boa nova de que o Lisbon MBA irá resolver esta lacuna, conciliando a Universidade Nova e a Universidade Católica na criação de um MBA de qualidade e reconhecimento mundial. Como corolário do seu discurso, ficou uma frase de Albert Einstein – “A imaginação é mais importante que o conhecimento”.
Através de um testemunho pessoal muito poderoso, Carlos Moedas recordou o que sentiu quando viveu fora de Portugal, reforçou a visão de Mariano Gago concordando com a necessidade de todos os Portugueses viverem fora do nosso País durante um período da sua vida e continuou explicando o que teve de fazer para realmente voltar ao nosso País. Com humor e intimidade partilhou como é viver essa decisão e regressar. Terminando com uma nota de encorajamento, disse não trocar Portugal por nenhum outro País que conheceu.
Já se haviam dispensado as apresentações dos oradores quando António Borges fez o wrap-up da noite afirmando que acredita que Portugal precisa de uma mudança de geração e afirmou que está confiante que os Portugueses desta geração são de primeiríssima qualidade.
A noite ia longa para aqueles que já adoptaram os horários britânicos e, por isso, encerrou-se a noite com os agradecimentos feitos aos nossos sponsors e parceiros e partimos rumo ao Hotel Andaz onde se realizou um jantar privado com cinquenta representantes da comunidade Portuguesa Londrina. Após o jantar, António Borges partilhou o detalhe dos obstáculos e adversidades que Portugal encontra mas procurou fechar com uma nota de entusiasmo e emoção ao afirmar que o nosso País é bem merecedor da nossa aposta. O microfone voou de mesa em mesa recolhendo testemunhos que oscilaram entre o entusiasmo e paixão por fazer acontecer a mudança para a racionalidade dos que não encontram no contexto actual razões objectivas para o regresso.
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