terça-feira, 7 de julho de 2009

Star Tracking Nova Iorque, 11 Mar 2008

Terça 11 Mar 2008 - Nova Iorque

Ao fim de nove horas de viagem, o Star Tracking chegou finalmente a Nova Iorque. Como quem chega à cidade imperial dos tempos de hoje, estávamos todos contagiados pela vida da cidade que nunca dorme. Com apenas um dia livre antes da véspera do evento, a equipa do Star Tracking fez uma volta de reconhecimento a bordo do autocarro do General Sherwood – um veterano da Guerra do Golfe, que serve o seu país com igual honra e prazer agora, ao narrar de forma soberba as passagens por Nova Iorque. Ao saber que éramos Portugueses, decidiu homenagear-nos com uma breve explicação da história da nossa gente naquela cidade.

Depois do passeio, foi tempo de almoçarmos num diner, que o destino quis que conhecêssemos, chamado Star Dust. Assistimos a um show musical de talentos que sonham entrar na Broadway, mas que no entretanto se contentam a deliciar os seus clientes com o espectáculo musical fantástico que oferecem nos intervalos do serviço de mesa. Tivemos o prazer de assistir a uma “audition” de três novos candidatos, e para aqueles que acreditam em felizes coincidências, ficam a saber que se cantou o tema “This is the begining of something big”. A noite, essa foi celebrada em equipa, no Pastis onde se anteciparam os preparativos do evento do dia seguinte.

Com o sonho de tornar a nossa história conhecida nos Estados Unidos, lançámos um Star Power na véspera do evento para avaliar a hipótese de fazermos notícia pelas palavras de Meredith Vieira – a luso-descendente que é pivot do Today Show. Horas após o apelo, tínhamos identificado pelo menos outros quatro canais diferentes nos Estados Unidos e garantimos a cobertura do nosso evento por parte da RTPi (com a Meredith e o Jack Welch ainda hoje estamos a trocar e-mails).

No dia do último evento Star Tracking, chegámos cedo ao último andar do GE Building no Rockefeller Centre e desfrutámos da deslumbrante vista de final de dia, daquele formidável 65º andar.

Chegada a hora do evento, fez-se uma apresentação geral do que foram estes cinco meses de viagem, por cinco cidades do mundo e partilhámos o que aprendemos ao longo desta jornada com mais de 37,000 quilómetros na Odisseia do Talento. Falámos da nossa constatação de que a auto-estima dos portugueses aumenta quando vêem que fazem parte de uma tribo extraordinária espalhada pelo mundo em lugares de prestígio, mas também que se resolvem os nossos complexos quando trabalhamos lado a lado com talentos de outras nacionalidades. Acrescentámos a objectividade que aqueles que estão longe do país ganham sobre as reais vantagens e benefícios que o nosso país oferece. Terminámos com o sentimento de entreajuda e o altruísmo que encontrámos entre todos aqueles em que sentimos a afinidade de sermos Portugueses e a forma fantástica como isso se tem demonstrado.

O Carlos Coelho fez a primeira apresentação da noite, abrindo o seu discurso com um convite para visitarmos a nossa história passada e mais recente, para demonstrar a genialidade do nosso talento. Alertando para a obsessão que se sente em Portugal com a preocupação de se construir uma marca, sobretudo uma que não é sustentável, diferenciadora e coerente com a nossa história. Apelando à energia criativa dos nossos talentos, encorajou-nos a assumirmos a nossa identidade de forma genuína e descomplexada. Relembrando o momento da nossa história em que D. João é interpelado pela população, ao querer fugir para Londres, e lhe é dito “Londres é esta, senhor”, incitou aos portugueses a construção de um Portugal vencedor.

Terminada a apresentação do Carlos, lançou-se o debate. O Dr. Pedro Líbano Monteiro esclareceu a sua visão sobre os benefícios de se sair do país aos presentes, mas também partilhou a sua opinião sobre a importância de não querermos ser importantes quando estamos fora, mas de apenas querermos aprender e fazer bem para nos diferenciarmos e capitalizarmos no regresso eventual ao nosso país. Na roleta de perguntas, o Nuno Mota Pinto ilustrou com o caso do Banco Mundial a percepção clara de que o Português é um factor de diferenciação lá fora, por ser a língua mais falada a sul do equador e explicou como os Portugueses conseguem ter mais influência que o seu peso proporcional no destino de instituições como o Banco Mundial e a sua influência no mundo. O Carlos aproveitou para reforçar o seu apelo de nos educarmos com o nosso passado e de nos portarmos com orgulho de sermos Portugueses.

Depois de respondidas algumas perguntas da audiência foi a vez de ouvir o arquitecto do Star Tracker – Leonardo Xavier – agradecer o feedback que tem recebido e prometer novos releases da rede social que une o talento global português: The Star Tracker.

A noite terminou com um pedido da Presidência da República, para que os Portugueses participassem de forma activa na identificação dos Portugueses empreendedores mais inovadores da diáspora portuguesa em todo o mundo. Este pedido encerra também um claro encorajamento à participação no Prémio “Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa”, lançado pela COTEC.

Esta foi a última viagem da nave da Odisseia do Talento. Ou será que isto é só o princípio de algo muito maior? De uma viagem cheia de aventura que nos leve a mudar as mentalidades, as convicções, a nossa vontade e a ambição colectiva da nossa gente? Isso é que fica por decidir, num cinema próximo de si, no derradeiro encontro entre o talento global português (aquele que está fora e aquele que está cá em Portugal). Apelamo-vos assim a que nos ajudem a concretizar este encontro que terá seguramente um papel importante na redefinição do nosso espaço de sonho para Portugal.

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